Alice é uma menina bonita, mãe japonesa e pai italiano. Muito esforçada. Puxou a natureza da mãe, perfeccionista, não se permitindo errar! Aí começa sua história e patologia emocional! Foi criada de uma forma muito severa, tinha que ser a melhor em tudo, só assim sentia que seria amada e admirada! Isso é o que ficou internalizado. Essa “carga ,” fez com que fizesse o impossível pra se destacar e ser a vitoriosa em todas as situações! Não se admitia descer desse posto! Incrível como sua alma, se abastecia dessa situação! Ela se sentia como uma verdadeira estrela! Paralelamente, toda essa cobrança contínua, foi atingindo o grau do “insuportável”, e, quando se deu conta a jovem estava muito desestabilizada energeticamente a ponto de sofrer pequenas vertigens. Ela não respeitou seus limites, se auto exigia desmedidamente nas questões práticas da vida, não olhando para os aspectos do “SENTIR”! Seus sentimentos básicos não recebiam nenhum alimento emocional! ADOECEU! De repente se viu sem recursos pra continuar. Não tinha mais pernas e nem cabeça! “Estava quebrada”! Desse jeito não havia condições de enfrentar a vida! Nesse momento de grande sofrimento, se sentiu num conflito muito grande: “Ser a melhor ou ser ela mesma no seu melhor?” Se escolheu! Foi muito difícil para o seu caráter rígido! “Muitas vezes a dor amacia nossas defesas e nos torna uma pessoa melhor”! Com ALICE foi assim, sentiu o grito desesperado de socorro que seu coração expressou, num momento de absoluta ansiedade! Suas histórias emocionais recalcadas, precisando de cuidados. Resolveu fazer as pazes consigo mesma!
Mês: abril 2018
REEQUILÍBRIO ( PROCESSO TERAPÊUTICO)
Há certas ocasiões em que mesmo não aceitando, sentimos o coração recheado de mágoas e ressentimentos! Isso aconteceu comigo há algum tempo atrás! Passei por um período de stress! Não parecia ter sido tão agudo! Não sei bem o que aconteceu! Fui ficando muito, muito mal! Afloraram mágoas, conflitos, dores no peito, …! O racional brigava com o emocional, simplesmente! Eu não achava justificativa pra tanta angústia! ( É como se o meu coração estivesse sendo esmagado por mãos muito fortes )! Através de psicoterapia, fui entender que tudo àquilo estava misturado com sofrimentos anteriores. O pequeno stress vivido, naquele momento, tinha acionado situações emocionais profundas, recalcadas dentro do peito! “O FIO DO NOVELO FOI PUXADO”! Como sair desse estado psicoemocional tão violento? Durante o processo terapêutico, iniciei uma ampliação da consciência e fui buscar tratamentos complementares através da acupuntura, alongamento e respiração pra tentar diminuir as contrações musculares intensas, que me deixavam o corpo enrijecido e muito dolorido! O quanto foi dando, no meu ritmo, fui me deixando entrar nas dores. Reconhecer e expressar essas dores! Surfei nas grandes ondas de rejeição e abandono de minha história emocional, que se alternavam com momentos racionais de muita elaboração! Fiz ensaios de perdão e desapego! Me sentia muitas vezes tão cansada, como se estivesse numa guerra! Esvaída de energia! Fui aprendendo que tinha que fazer escolhas mentais e emocionais, “A GENTE ESTÁ ONDE SE COLOCA”! Decodificar as situações vividas! O que já foi pertence ao passado! Dessa forma fui olhando mais o “AQUI E O AGORA”! Foi muito difícil! A clareza foi libertando a alma e o coração! Me surpreendi mais fortalecida e muito mais segura daquilo quero e busco!
LUZ E SOMBRA ( ACORDAR PARA A VIDA)
Sou Clarice, tenho 45 anos e oito de felicidade! Foi assim que se apresentou em meu consultório essa mulher assustada e muito estressada, relatando a seguinte história:- Certa noite, acordei subitamente, numa escuridão total, parecia que tinha sido cortado o meu oxigênio, tamanha era a falta de ar que eu sentia. Sensação de morte! Corri em direção à janela mais próxima. Ambiente conhecido, fui me orientando pelo tato! Foi desesperador! Que alívio quando vislumbrei uma pequena claridade! A respiração foi voltando lentamente ao ritmo normal e a taquicardia diminuindo lentamente. Passado esse momento terrível, o quadro mental de “sufoco”, não saia de minha mente. Angustiada, fiquei muito desestabilizada energeticamente!. Sensação de medo e insegurança, remontando noites, quando eu era criança em que minha mãe apagava as luzes do meu quarto na hora de dormir. “Sentia medo”. Cresci com esse quadro psicológico sem saber. Depois de adulta, emergiu essa sensação de sufoco. Foi ficando recorrente! Momento de ir para a cama se tornou tortura! Ficava cansada à exaustão tentando dormir! Comecei a fazer exercícios de respiração e alongamento. Isso de certa forma foi me aliviando. Concomitantemente ” Acordei” para a vida. Percebi o quanto estava infeliz! Questionei em tudo que estive me negando por todos esses anos! Na medida em que fui entrando mais em minha história, reconheci a auto sabotagem. Lembrei das queixas caladas, das humilhações que abafei dentro do peito. Pude sentir toda a intensidade de emoções doentias reprimidas, numa relação toxica! O quanto estava mascarando em nome do dinheiro toda a minha infelicidade! Traições que pensei estarem resolvidas. Que nada! Não. Não restava raiva alguma! Talvez indiferença disfarçada num sorriso falso. Só não estava mais apaixonada. Nem o amava como nos primeiros oito anos de nosso casamento! Viver com ele estava sendo como viver com um irmão! Sem tesão, sem confiança e quase sem brigas! Tinha me acomodado! Essa consciência despertou-me a vontade de recomeçar! Por isso estou aqui! Vim buscar ajuda!!! QUERO SER FELIZ! _ (ANA LÚCIA, TRINTA E NOVE ANOS E SEIS DIAS)!
O RETORNO ENERGÉTICO (INVEJA)
Fiquei pensando hoje o quanto a vida é feita de retornos! A velha expressão, “(tudo que emanamos, recebemos de volta, na mesma proporção”), é uma realidade! Não há como fugir desse movimento! Tenho vivido e visto essa história se repetir! A propósito, um dia desses, folhando um livro antigo de minha adolescência, me deparei com uma história que resumia bem isso! Lá havia um príncipe, uma princesa e uma vilã, menina invejosa, e por isso não conseguia construir sua própria felicidade! Ela também morava no mesmo palácio. Seu passatempo emocional preferido era tentar destruir a felicidade do outro! Essa vilã, na história, se incomodava muito com a alegria da princesa que era bonita e simples. A invejosa desenvolvia pensamentos e atitudes destrutivas em relação à princesa, o tempo todo. Não se preocupava consigo mesma! Quando o príncipe se apaixonou por essa princesa, a vilã, não suportou! Entrou em desespero! Tentou de tudo pra chamar a atenção e seduzi-lo! O seu ódio contra a princesa, aumentava na proporção de sua frustração! Quando ela se deu conta que era impossível atingir o seu objetivo, que não conseguiria conquistá-lo, resolveu, na sua insanidade, que iria destruir os dois! Ficou assim por um longo tempo, se alimentando desses sentimentos destrutivos e cada vez mais se afastando do seu cerne! Essa negatividade a imobilizava energeticamente. Foi se tornando o seu próprio alvo! Seu coração foi ficando cada vez mais doente, sem condições de sentimentos genuínos pra se alimentar saudavelmente. Se ancorou num isolamento “de morte”, se realimentando só do ódio que emanou! Quanto aos príncipes, ” FORAM FELIZES PARA SEMPRE”!
UMA SENHORA MUITO ANTIGA (culpa)
Berenice me procurou porque estava numa angústia muito grande, com dificuldades de administrar seu estado emocional, naquele momento de vida! Sua queixa começa à partir de um casamento rápido e falido em que se separou e foi morar com a mãe! Fez essa escolha porque estava carente e sofrendo muito! Precisava de acolhimento e de um tempo pra tentar se estruturar. Trazia como bagagem, tristezas e dúvidas. Encontrou na mãe um suporte emocional muito importante. Ela a recebeu com coração e braços abertos! Fazia comidinhas deliciosas e muitos carinhos! Helena, esse era seu nome, voltou a trata-lá como quando era criança. “Parecia uma fera tentando protege-la dos animais perigosos”! No início isso foi bom, afinal, Berenice estava frágil e dependente! Assim o tempo foi passando! A vida voltando a trazer desafios, ela enfrentando-os e sobretudo superando-os! Lentamente a alegria de viver foi ocupando espaços internos e ela começando a sorrir novamente! Com esse novo olhar, foi sentindo a necessidade de novos caminhos e espaços! A mãe por sua vez, andava feliz da vida por se sentir útil, continuava olhando sua filhinha como se ela continuasse muito fragilizada e dependente! Toda vez que Berenice tentava mostrar que já estava pronta pra recomeçar e correr atrás de seus sonhos e desejos, sua mãe desconversava. Os conflitos foram aumentando entre as duas! Berenice já não tolerava mais viver dessa forma. Tentava dizer à Helena, sua mãe, que não iria abandona-la, mas que também não podia abandonar a si própria! Explicava que estava tentando recuperar sua autonomia emocional e oferecer também à ela a mesma chance! Estava explícito que Helena nesse episódio todo havia sofrido uma regressão. Estava com muitas dificuldades de enxergar a filha como adulta, se acomodando nessa situação. Na verdade ela estava com dificuldades de olhar pra sua própria vida. Não queria simplesmente falar sobre o tema “mudança”! Ficou deprimida, sentindo-se relegada e rejeitada. Conflito instalado! Desejos queimando! CULPA MASSACRANDO!
ROMPENDO BARREIRAS! (DESCONTRAÇÃO)
Laura entrou na sala de terapia, pela primeira vez, muito angustiada, com uma forte expressão de choro contido! Tinha um par de olhos, castanhos amendoados e os cabelos meio desarrumados, de um tom ruivo, dando uma moldura muito sedutora em seu rosto! Desabou na poltrona! Me sentei em frente à ela! Fixei meu olhar em seu olhar buscando estabelecer um foco entre a gente. Assim que nos prendemos com o olhar, começei a fazer muitas caretas no intuito dela me acompanhar nesses movimentos. A idéia era descontrair os músculos faciais, poder dar um certo alívio e facilitar a nossa conversa. Assim começamos a sessão! Quando senti que foi fácil , sem verbalizar, fui ficando em pé. começei incluir o corpo inteiro, em vários movimentos. A intenção era soltar pontos reprimidos e atingir algum grau de consciência corporal, diante do stress que apresentava!! Muito sensível, ela foi entrando nos exercícios de uma forma inteira. Percebendo a evolução, começei a incluir o som, como um “mantra”! De-repente estávamos numa sintonia muito grande, como se a gente se conhecesse hà tempos! Ficamos o tempo necessário para que Laura pudesse se organizar energeticamente! Devagar aquela expressão de chôro contido, deu espaço à um rosto mais sereno . Desta vez foi ela quem focou em meu olhar! Depois de segundos, Laura entrou num riso incontido, assim como uma criança às vezes faz! Percebi que ainda estava buscando se soltar de alguma energia contida!Estimulei o quanto foi preciso e devagar foi se acalmando, respirando com um rítmo mais natural! Finalmente pude ouvir sua voz suave e macia! Ela então falou: -“Acho que já encontrei o que buscava”! Diante da minha expressão , ela continuou :-“Há tempos não me sentia assim”! Pela linguagem do olhar, iniciamos naquele momento, a sua grande viagem!