Porque será que apesar de ter medo, quase toda criança adora filmes de terror? É curiosa essa posição psicológica no comportamento infantil. No seu aparato psíquico há um intenso conteúdo de emoções e fantasias, pertinentes à própria fase. ” Medo e fantasia do medo”! Esses aspectos, se estimulados em grau elevado, podem deixar a criança num estado vulnerável e frágil diante de seu momento de vida, aumentando ainda mais suas fantasias de medo. Criança tem também uma certa atração pelo medo. Nessas vivências, ela alimenta a sua curiosidade e descarrega tensões. Num grau apropriado à sua faixa etária pode funcionar como uma válvula de escape de uma gama de energias contidas em seu mundo intra-psíquico. Crianças até uma certa idade estão num estágio muito concreto diante dos fatos. Não tem noções amadurecidas sobre tempo e espaço. Sua capacidade de elaboração psíquica fica muito no aqui e agora. Há duas semanas chegou em minha clínica uma mulher chamada Beatriz. Veio falar de seu filho Marcel, de nove anos de idade. Precisava de ajuda! Em seu relato dizia que teve uma enorme preocupação em ser uma boa mãe e que isso refletisse saudavelmente na formação de seu filho. Se auto- cobrava muito. Segundo ela, aparentemente, tudo sempre esteve perfeito. Marcel tinha uma boa saúde. Amiguinhos na escola. Uma criança normal. De uns tempos para cá ele começou a manifestar um comportamento diferente. Ficou mais introvertido e revelando certa ansiedade. Há duas semanas, bem no meio da madrugada ela ouviu um grito repentino. Muito assustada correu até o seu quarto de Marcel. Ele estava com uma expressão de pavor, suando frio e paralisado. Aquele quadro desestabilizou Beatriz. Abraçou o filho, bem apertado, e assim ficaram por longos minutos. Depois de um tempo abraçados, tudo voltou ao normal. Adormeceram agarradinhos! No dia seguinte, aparentemente tudo estava bem. Só que daquela noite em diante, esse quadro foi se repetindo quase todas as noites. Ele sempre se acalmando com a presença da mãe e com seus beijos. Sua preocupação aumentou na noite que antecedeu a sua vinda ao meu consultório. Naquela madrugada Marcel teve um agravamento desses sintomas. Uma crise intensa e mais prolongada. Diante disso, ela, assustada, veio buscar orientação. Percebeu ele mais calado durante a última semana, mas não relacionou com as crises. Quando ela perguntava se estava bem, ele sempre respondia que sim. Beatriz tinha dificuldades de aceitar que houvesse problemas com o filho. Segundo ela, isso começou do nada. Estava tentando buscar o motivo pelo qual o seu menino não estava bem. Ela estava visivelmente alterada e falando muito rápido. Comecei a investigar primeiramente sobre o clima emocional dentro de casa. Como andava o relacionamento dela com o marido. Do pai com o menino. Na escola. Esses são aspectos muito importantes para a saúde psicológica da criança. Nesse momento ela me respondeu que o casal vivia como se fosse uma ” lua de mel”. Que tinham optado em ter só um filho pra sobrar mais tempo para ela e o marido namorarem muito! Como mãe, sempre fez de tudo para que seu filho crescesse saudável e feliz. Sacrificou-se! Muitas vezes comprou presentes caros, comprometendo o orçamento do mês. Fazia questão de mimá-lo e satisfazer até o seu menor desejo. Na escola, que ela soubesse, estava tudo bem. Não podia se sentir culpada! Estava inconformada. Na verdade estava sentindo que falhou como mãe. Esse aspecto estava vindo como prioridade em seu depoimento. “Como o seu filho tão bem cuidado tinha ficado doente?”. No transcorrer do nosso papo indaguei-lhe sobre o dia-a-dia de Marcel. Seus gostos e hábitos. Alimentação. Atividades físicas. Hora de dormir. Brincadeiras. Tudo sobre sua rotina. Ela expressou uma certa interrogação no olhar, como se eu tivesse duvidando de sua capacidade de educar. Relatou que selecionava com cuidado as refeições para não serem calóricas demais. Não entedia porque ele estava meio gordinho! Não podia ser o chocolate “pequeno” que ele comia após as refeições. Mantinha sempre um mesmo horário em tudo. Tarefa escolar pronta? Momento de brincar. Daí valia a escolha de Marcel. Atividades físicas, só na escola. Todos os dias, nos momentos de brincar, ele queria mesmo os joguinhos eletrônicos. De preferência com muita ação. Violentos! Invariavelmente ela permitia. Disse que sentia o maior prazer ao ver a “felicidade” dele sempre que conseguia destruir o inimigo. Continuando com o seu relato, num tom de orgulho, falou que seu homenzinho amava filmes de terror, também! Eles assistiam juntos quase todas as noites. Sempre o filme escolhido por Marcel. Normalmente após o jantar. Já tinha virado um vício! Ela fazia questão de assistir com ele. Achava a maior graça quando. em algumas das cenas de medo. ele fechava os olhos e se agarrava nela. Adorava acolhe-lo nesses momentos. “Parecia um bebê”! Esse era o momento mais cúmplice deles. Miguel, seu marido, trabalhava até tarde. Marcel esperava o pai chegar em casa. Invariavelmente, assim que ele chegava, dava um beijo rápido no filho e ela e o marido colocava o filho pra dormir. Perfeito, segundo ela! Depois disso, tempo para os pombinhos. “Beatriz em sua fala, expressava uma preocupação anormal em nunca frustrar o filho e nem o marido”. Não aguentava vê-los tristes ou aborrecidos! Assim que Marcel adormecia ela estava disponível totalmente para o marido. Iam direto para a cama. Mesmo ela não gostando de fazer sexo antes do jantar. “Era obrigação dela como mulher!” Vivia pra satisfazer seus dois homens! Num certo momento, interrompi o nosso papo. Percebendo sua fala e respiração muito aceleradas e tensas, propus respirarmos juntas. Numa posição de eixo, sentadas com a coluna ereta, apoiadas no cóccix, “inspiramos e expiramos”! Ritmo pausado. Assim ficamos por alguns minutos. Foi salutar! Seu rosto mudou de expressão e se encheu de energia. Depois disso ela conseguiu me escutar e coordenar melhor as idéias. Retomamos. Terminando o seu relato, expressou uma expectativa muito grande em me ouvir. Expliquei-lhe como joguinhos eletrônicos em excesso podem ser nocivos ao sistema cerebral e emocional. Estimulam pontos importantes e inconscientes. Disse que, na idade de Marcel, há uma gama incrível de fantasias sobre o medo e do próprio medo. Expliquei que a relação entre a excitação que os joguinhos provocam e os filmes de terror, vistos continuamente, podem gerar uma super dose de estímulos psicoemocionais, numa criança na idade do filho dela. Essa poderia ser uma das causas do quadro emocional que ele estava apresentando. Cenas contínuas de disputas, de agressividade e do estímulo do medo podem mobilizar emoções contidas e fantasias intensas. Nessa fase há dificuldades de processamento bio-psíquico dos sentimentos. Podem surgir desorganização energética resultando nos diversos quadros de ansiedade, em seus vários níveis. “A criança absorve o medo e não o processa adequadamente”! Isso vai melhorando de acordo com o amadurecimento do sistema psíquico. Absorve as sensações e quando muito intensas, não consegue processar de acordo com a realidade, mobilizando emoções e compensando com fantasias internas. Claro, a ansiedade pode estar também relacionada a outras experiencias vividas. Sugeri mudanças básicas no padrão de diversão de seu filho. Substituir por brincadeiras criativas e esportes ao ar livre. Preservar muito o contato do amor! Amor de contato quente e firme. Super proteção não é amor! Se ainda assim não houvesse melhoras num curto prazo, tinha um caminho muito salutar: ludoterapia. Através de jogos e desenhos a criança se expressa melhor! Consegue trazer à luz situações emocionais que não conseguiria verbalizar. De repente, Beatriz me interrompeu. Esboçando um sorriso meio amargo expressou baixinho: – Acho que não fui boa mãe! Repetiu várias vezes a mesma frase. Em seguida, continuando, disse que sempre se cobrou muito na educação de Marcel. Não estava aguentando a angústia em perceber que tinha errado. Tinha apostado que satisfazendo todos os desejos de seu filho e evitando frustrações, estaria fortalecendo o seu psicológico. Nunca tinha se questionado sobre se joguinhos e cenas de filmes de terror poderiam desequilibrar o emocional de seu filho. Na verdade, ela estava profundamente frustrada. Se auto cobrava muito. Enquanto se colocava, veio abruptamente um choro contido por soluços que me diziam de sentimentos presos em seu peito. Entendi que não era só a sua auto-cobrança como mãe, mas, principalmente a rigidez com que encarava essa função. Rigidez com que encarava a vida! Percebi outras frustrações que não poderiam ser tocadas naquele momento. O quadro de terror noturno de seu filho estava sendo a ponta do iceberg, mexendo em sua auto-imagem e estrutura emocional. Me aproximei, coloquei as minhas mãos entre as dela e olhando bem no fundo de seus olhos convidei-a:- MÃE, QUER CONHECER BEATRIZ?
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