O POBRE EXECUTIVO RICO! ( PRAZERES RASOS).

Ego equilibrado, mente saudável! Como é triste ver um ser humano com valores fúteis e vazios, encobertos por um ego inflado, doente, desconectado de sua primeira natureza. Na nossa sociedade isso acontece com frequência. O que impulsiona esse tipo de pessoa é a baixa auto estima. Precisa se sentir importante e admirado por todos. Tem uma desmedida necessidade de fazer sucesso e fama. Ganhar muito dinheiro também fortalece esse tipo de ego. Valores que foram estimulados exageradamente em sua educação, sem a necessária conexão com o seus sentidos. A sociedade também estimula e valoriza muito esse tipo de caráter. Alcançar metas, sem dúvida alguma, é essencial e faz parte do crescimento pessoal, porém, esse crescimento  deve estar integrado ao nível emocional do indivíduo. Quando não há essa integração pode acontecer uma ruptura entre o “SER E O TER”! Não podemos trair a nossa essência. O preço a pagar é muito alto. Quando o coração deseja e se cala, o mental se torna soberano.  Tragédia anunciada! Os sentidos devem ser ouvidos, considerados e ponderados diante da realidade. Essa integração do mental com os desejos facilita a realização das escolhas assertivas. É uma porta aberta na busca da plenitude. Tudo que traz  felicidade nasce de dentro do peito! O problema acontece no momento em que se confunde prazer com felicidade. “Felicidade nasce no coração. Prazer vem de fora para dentro”. Prazer fortalece aparentemente o ego. Quanto mais baixa a auto estima, mais inflado fica o ego com aquisições externas. “Ego inflado”. Ele não tem contato com os desejos genuínos. A pessoa  tem a falsa sensação de ser forte e poderosa. Na realidade não preenche o coração. Está doente e não sabe! Com o passar do tempo, o vazio do coração pode começar a incomodar. Nestes momentos é que podem entrar as drogas e tudo aquilo que se apresente como alívio e cause prazer. É uma tentativa de preencher as frustrações de um ego frágil. Recebi em minha clínica, há cinco meses, Sérgio Francisco. Quarenta e dois anos. Importante executivo de uma multinacional. Sua queixa era o aparecimento de uma súbita depressão, que estava teimando em vir com mais frequência. Ficou assustado. Segundo ele, não havia motivo palpável. Homem racional, articulado e de raciocínio rápido. Boa presença. Sua fala expressava entusiasmo com a vida agitada que sempre viveu. Tanto pessoal, quanto profissionalmente. Muita bajulação e festas. Sucesso no cargo que exercia. Uma boa conta bancária. Não se conformava de não ter controle sobre essas crises. Sempre conseguira controlar tudo! Enquanto falava, expressava um sorriso sedutor. No entanto, em seu olhar, notei a presença de uma  energia parada. Expressão de muita tristeza. Os olhos negavam a euforia que suas palavras tentavam me transmitir! Era de um vazio profundo! “Olhos reveladores”! Sérgio Francisco falava rápido, num tom alto, esboçando um sorriso meio irônico. Respiração acelerada. Transparecendo toda a ansiedade que tentava esconder. Fiquei ouvindo-o por um longo tempo. Até que deu sinais de esgotamento. De repente, o homem falante, poderoso e importante foi se desmanchando e surgiu um abatimento, um cansaço de se expressar. O ritmo e o tom de sua voz foram diminuindo. Uma prostração física. Ficou transparente a fragilidade interna, encoberta pela estrutura de seu caráter. Tentei com muito cuidado entrar em contato com o enorme vazio que senti em seu peito. Busquei novamente o seu olhar. Ele correspondeu e focou no meu. Ficamos assim por alguns instantes. Convidei-o a se posicionar em seu eixo; também me posicionei. Iniciei uma respiração onde ele entrasse no mesmo ritmo. Foi rápido. O peito se abriu. O menino carente chorou, deu as caras! Chorou soluçando. Pediu socorro! Conseguiu trazer à luz  tristezas contidas há tempos. Nesse momento começou a ser verdadeiro. Iniciou a narrar a sua historia. Retirou a máscara que sempre usou tão bem no social. Parecia outra pessoa. O oposto da imagem de poucos instantes atrás. Revelou mazelas e fraquezas. Bem diferente do início de nossa conversa. Conseguiu falar da sedução que ele sabia que exercia sobre as pessoas e que isso sempre o envaideceu. Principalmente com as mulheres. Sabia que era vaidoso e cheio de caprichos baratos. Isso lhe dava prazer. Adorava trocar de mulher. O relacionamento mais longo que teve não durou mais que seis meses. Gabava-se disso. A oferta era maior que a procura, segundo ele! Sua verbalização traduzia um certo desprezo pela figura feminina. Permanecia na relação enquanto o prazer sexual estivesse alto e ele pudesse exibir a sua presa em seu meio social. Não gostava de falar sobre sentimentos com essas mulheres.  Era um monte de “blá, blá, blá”. Perda de tempo. “Mulheres são cansativas”! Amigos? Tão doentes quanto ele! O início da crise chegou inesperadamente.  Estranhou que profissionalmente andava muito irritado. Muita cobrança! Muitas reuniões. Decisões importantes. Uma rotina chata. Chata demais. Essa sensação surgiu do nada! Nos últimos tempos começou a se estressar com tudo. Não conseguia mais ter o prazer de antes. Sentia-se como uma máquina. Era como se as coisas tivessem perdido o sentido. Não entendia o porquê! Tudo sempre  pareceu estar tão bem em sua vida. Pensamentos estranhos começaram a emergir! Vontade de fugir de tudo aquilo que  representara tanto para ele. Pensava: “de que adiantava tanto dinheiro? Tanto luxo e vida fácil? Tantas mulheres fúteis?”. Definitivamente não era isso que queria para a sua vida. Estava infeliz! Sensação de estar sendo sugado por todas as pessoas tóxicas que o cercavam. Ambiente vampiresco! Relações superficiais. Interesseiras. Não, não queria mais isso em sua vida. Percebeu que não tinha fontes de afetos. Alguém em quem confiar de verdade. Buscou respostas internas e concluiu que deveria se auto-resgatar. Não queria acabar como um molambo entregue às drogas. Superando suas resistências, foi ao psiquiatra. Diagnóstico: início de depressão. Receitou calmantes que ele se negou a tomar. E a  depressão reincidente. Mais intensa. Num desses dias em que estava mal, deprimido, tentando sair desse quadro, aceitou o convite da turma dele para uma noitada. Não tinha outros amigos! Na festa topou experimentar drogas. Começou pelas mais leves, na ilusão de se sentir melhor. De início até sentiu um certo alívio. Funcionava como uma válvula de escape dos pensamentos e sensações ruins. Durava pouco esse alívio. Nova crise. Mais drogas. Depois desse dia fatídico, adotou a droga como companheira. Era como uma bola de neve. A necessidade de fuga se intensificando e aumentando a dependência química. Novamente o mesmo quadro emocional se repetindo! Começou a faltar aos compromissos profissionais. Não tinha vontade e nem energia suficiente. Foi ficando angustiado. Não  sentia mais prazer com nada. Se auto destruindo cada vez mais! A sensação de poder que as drogas lhe dava foi sendo substituída por falta de vontade de viver. Fundo do poço! Perdendo a identidade. Sentia-se como um  zumbi. Não conseguia mais trabalhar em condições normais. Nem participar das intensas reuniões da empresa. Foi se tornando desconectado e sem interesse pelos negócios. Nesse estado grave, foi convidado pela presidência a tirar férias e se tratar. Precisava se cuidar. Ele era muito bem conceituado. Tinha que recuperar a saúde para sustentar-se no cargo! Nessa altura de seu relato, expressou num tom baixo, que precisava mudar de vida. Não suportava nem  pensar na empresa e naqueles “amigos”. Relatou que seus pais, especialmente a sua mãe, fez com que ele sabotasse o desejo de ser músico. Quando criança aprendeu piano. Insistiu que tinha esse desejo. Que nada! Falavam que era muito difícil ser um pianista famoso. Ter um bom nível de vida.  Ele não conseguiu reagir à força manipuladora dela sobre ele. Como ele era bom em matemática, ela fez a sua cabeça! Administração ou economia. Ótimas escolhas. Qualquer uma dessas! Ele relutou, mas a mãe venceu. “Ela sempre tinha razão!”. Tornou-se um grande profissional na área de finanças. Fez de acordo como que lhe ensinaram na vida! Uma grande empresa seria o lugar certo para exercer seu poder de persuasão e comando. Ganhar dinheiro. Traços fortes de seu caráter, segundo a mãe. Ela insistia nisso. Sentença cumprida. Sua mãe sempre subestimou a grande sensibilidade e vocação dele pela música. Gostava de falar da grande inteligencia que ele tinha pra todo mundo. Ele  estava acostumado a obedecer. Queria que seus pais tivessem orgulho dele. Reprimiu raivas, sem se dar conta. Não foi atrás de seu sonho. Assim se tornou o Sérgio Francisco um executivo exemplar, com todas as qualificações que a família esperava dele. “Quando traímos a nossa primeira natureza, a vida não nos perdoa”.  Fica uma culpa inconsciente. Até que a crise brava chegou. Aqueles valores caíram por terra. Auto-destruição! Em algum ponto interno houve uma luz que o conduziu. Teve tempo de perceber que andou visitando as barreiras do inferno. Uma nova opção de vida se fazia necessária. Desta vez teria que encarar a velha senhora! Estava diante de uma única escolha: QUERIA SER FELIZ!

17 comentários em “O POBRE EXECUTIVO RICO! ( PRAZERES RASOS).”

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