SONHO RECORRENTE! ( ANCORADA NA INFÂNCIA/ADOLESCÊNCIA).

Sabrina, vinte e nove anos, anda atormentada com um mesmo sonho há meses. Acorda angustiada e intrigada. Precisa entender que mensagens são essas de seu inconsciente. Sonho:- “Sabrina está num hotel de veraneio. Cinco estrelas. Lá tem tudo que gosta na vida. Comida boa. Diversão. Beleza natural. Luxo. Pessoas interessantes. Último dia de viagem. Está ansiosa e com dificuldade de arrumar as malas pra voltar. Suas irmãs  já estão com malas fechadas. Tudo pronto, pra irem ao aeroporto pegar o avião de volta. Sabrina não consegue juntar todas as suas coisas. Está tudo esparramado pelo quarto. Tem peças e objetos que não consegue achar. Dificuldades pra fechar as malas. Muito ansiosa ao sentir o tempo passando e as irmãs pressionando que irão perder o avião. Ameaças de deixá-la lá. Sozinha! Ambivalência:- “Necessidade de voltar para casa/ Desejo de continuar no hotel.  (Princípio do prazer/ princípio da realidade!) Dificuldade de postergar o prazer e encarar a realidade.”. Trabalhando esse sonho com Sabrina e ouvindo sua história de vida, foi ficando claro a dificuldade que ela sente de encarar a vida de frente. “A realidade tem cara feia”. Se enquadrar e ter atitude de adulto diante da vida para ela é assustador. Assim como uma criança, Carina persiste, ( muitas vezes inconsciente) em continuar no prazer. Sua história mostra que foi uma criança carente. Sanduiche entre duas irmãs. Sua mãe deu o máximo que pode. Tentou lhe dar o melhor. Não foi o suficiente. Seu pai, constantemente ausente em situações fundamentais. Sempre correndo atrás de negócios. Sabrina ficou com um buraco nas relações de afetos primordiais. Não recebeu uma carga suficiente pra se auto estruturar emocionalmente. Extremamente sensível. Reprimiu expressões de afeto e de contato afetivo. ” Ninguém dá o que não tem”! Desenvolveu atitudes inseguras. Inapropriadas diante da realidade.  Sua expressão verbal ficou limitada e imatura. Na infância e adolescência foi vítima de bullying na escola. Dificilmente fazia amigos. Menina extremamente boa e honesta. Honesta até demais! Contida. Não percebia, muitas vezes, malícias próprias da idade”. Dificuldade de se inserir no social. Muitas vezes era  descartada da turma por isso. Restavam apenas e tão somente suas duas irmãs, que nem sempre lhe acolhiam calorosamente. Tinham seus próprios interesses! O sonho recorrente teve início depois que iniciou um processo terapêutico na tentativa de resgatar sua auto- estima e se entender melhor. Está sendo um grande suporte para alavancar e fazer emergir conteúdos emocionais incrustrados em seu peito. Já consegue sentir sua menina interna chorosa e insegura, querendo se reabilitar ao momento de vida. Crescer e usufruir o que lhe é de direito. NÃO QUER MAIS SER LANTERNINHA DE NINGUEM!

 

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