QUERO PAZ! (CONTURBAÇÃO).

Não me venha com suas lamúrias disfarçadas escurecer o meu olhar. Você representa nuvem que antecede tempestade. Mal se aproxima a paz vai embora. Um inferno! Sua história de abandono e rejeição justifica atitudes destrutivas que você sempre expressou diante da vida. Você nunca cuidou disso! Tentei de todas as formas lhe ajudar. Até indiquei terapia. Muitas vezes parecia um louco. Não deu! Seu vampirismo sugava minha energia. Da última vez tinha jurado que não lhe daria mais nenhuma chance. “Insanidade mascarada de amor”! Rasguei sua máscara. Deparei com muita raiva e egoísmo. Impressionante! Assustou minha alma serena. Decidida, exclui você de minha vida. Não foi nada fácil! Sentimento forte, mesclado de mágoa e amor, sem norte, me afligindo por longo período. Num primeiro momento parecia que meu peito iria explodir.  Sorrateiro, esse sentimento enganou meu consciente. Escondeu-se num ponto desconhecido de meu ser. Queria se proteger da dor. Não podia mais se expor. Desestabilizou minha energia orgânica completamente. Adoeci. Chorei. Chorei muito. Lavei a alma! Demorei um bom tempo pra recuperar a saúde mental e meu equilíbrio. Enfim, resgatei o amor próprio! Meu coração menino recomeçou a sonhar novamente. Liberto e maroto, não quis mais saber do que sofreu. Queria viver! Agora, no meio desse baile animado da vida, onde ritmos se alternam entre samba, valsa, jazz, você reaparece em meu céu. Nova máscara. Novas promessas. Brotou uma sensação ambivalente “amor e medo”! Nuvens ameaçadoras ressurgiram! Só de imaginar tempestades se reaproximando, o sangue gelou! Frio na barriga. Fiquei esperta. Não me permiti errar novamente. Prestei mais atenção em meu coração. Não dispensei o cérebro. Desta vez você me pegou mais integrada. Suas falas e xavecos,  enfraqueceram. Não me seduzem mais. Estranhei você! Não o quero mais. Meu sistema reptiliano repetiu forte: NÃO!NÃO! NÃO!