Desiquilíbrio psíquico. Não deu pra conviver harmoniosamente com Fausto. Esse sujeito quase me enlouqueceu. A trouxa, aqui, sempre perdoou suas atitudes insanas. Agora basta! Na rotina da vida é impossível suportar por mais tempo. O infame, não sabe o que é respeitar uma mulher! Escroto, como ele só. Sempre criticando, destilando seu veneno ácido, corrosivo. Faz isso como ninguém! Lentamente. Depois de uma noite de amor, ainda assim, é cruel. (Na hora do sexo, se regala. Surge um carneirinho manso). Passando a euforia do orgasmo, se transforma. Metamorfose total. Vira uma cobra venenosa, finca seus dentes pontiagudos na vítima mais próxima. Claro que sou uma perfeita idiota! Tenho consciência de que eu me coloquei nesse papel. “Estou onde me coloco”. Porém, agora chega! Às vezes me sinto como um inseto, preso numa enorme teia de aranha. Quanto mais tento me livrar, mas no emaranhado me sinto. Agora, basta! Já decidi. Ardilosamente buscarei sair dessa gangorra doente. ( Ardentes madrugadas seguidas por dias tóxicos). Andei hipnotizada pelos verdes olhos da cobra, brilhantemente disfarçados. Mel e fel que sugou minha energia. Buscando sobrevivência, descabelada, como louca, lambia o sangue que escorria das feridas, provocadas pela cobra dos olhos verdes. Lambia o meu próprio sangue! Gosto agridoce. Cobra brilhante, deixa estar. Você não perde por esperar. Ainda vou te pegar de jeito. Sem piedade, nem pudor. Suas escamas ásperas, aversivas, não me tocarão mais. Vai morrer de seu próprio veneno. A toca já está preparada. DESTA VEZ VOCÊ NÃO ESCAPA. NÃO MESMO!