Foi preciso passar uma vida inteira para entender que não vivi. Aniquilei meus sonhos. Esquartejei-os em pedaços tão pequenos que nem me dei conta. Só agora percebi que os sepultei. Sensação horrível! Estava suportando a vida. Fui percebendo isso na medida em que perdi o tesão por coisas que antigamente acendia meu fogo interno. Bifurcações. Rupturas violentas abrindo abismos no peito, destruindo desejos. Antigos. Atuais. Figuras emocionais estranhas ocupando a mente. Paulatinamente, passei a não me reconhecer mais. Gradativa auto- sabotagem foi sendo parceira constante nesse longo período. Hoje sei disso! Querendo buscar a cura, tentei analisar porque me permiti essa autodestruição. Seria masoquismo? Estava tão cega! Sei lá. Só sei que fui a única culpada. Errei em sufocar minha identidade. Ser uma pessoa mascarada, falsa comigo mesma. Responder expectativas de alguém? Miséria! Não bastasse, era um ser, prepotente. Machista. Um zero! Baixa auto estima encoberta por ego inflado, esse era o padrão do vampiro! Burra. Imatura, só eu mesma! Sonhadora demais, idealizava a vida. Destemperei minha alma. Deprimi. Sem vontade de nada, precisava de novos temperos pra me sentir viva. Busquei alívio. Tarja preta? Não! Esse caminho não quero. O psiquiatra me desculpe. Dores da alma não se alivia com comprimidos! Preciso voltar a dançar. Todos os ritmos que a vida pode oferecer. Sentir a leveza dos ventos. A energia de um abraço quente. O calor de uma paixão. Reacender meu bicho interno, afiar garras. Deletar o lixo. RESGATAR SORRISO DA MENINA QUE SE PERDEU PELO CAMINHO!
-/Sandra Helena, buscou na psicoterapia, o caminho do auto conhecimento. Foi tentar se entender melhor, e, desenvolver auto- estima vitalizadora/.