Amanhecer lindo. Naquela manhã decidi caminhar nas areias úmidas da praia. A maré tinha subido muito durante a madrugada. Tirei os chinelos. Precisava acordar o meu peito que insistia naquela angústia intermitente. Talvez a areia úmida pudesse me ajudar! Estava numa situação emocional muito complicada. Assim que senti aquele frio úmido embaixo dos pés, subiu pela minha espinha um arrepio intenso. Cheguei até a sentir um certo frio no corpo todo. Era uma manhã de sol, atenuado por ventos leves. Típico outono. Marcelo, um amigo muito amado, me disse certa vez que a natureza tem remédios para todos os males da alma. É só buscar. Ela é tão generosa! Oferece de graça possibilidades infinitas de resoluções para certas prisões que acometem o coração. Esse meu amigo vive em minha mente. “Respiro ele”! Dizia que tinha dons de telepatia. Eu brincava com isso. Sempre que estávamos juntos, meio gozando, ele queria adivinhar os meus pensamentos. A gente ria muito. Confesso que muitas vezes ele acertava, mas eu não admitia. Só para tirar ele do sério. Ficava zoando com ele. Mas realmente a sua sensibilidade era incrível! Chorei muito em seus ombros quentes. Era meigo, carinhoso e criativo. Menino inteligente! Mais velho que eu onze anos. Naturalmente mais amadurecido. Eu era uma moleca de dezoito anos! Como um professor, tentava me ensinar a lidar com as encrencas emocionais em que me metia. Meus hormônios a mil. Imaginem! Confessava pra ele todos os segredos que não dizia nem pra minha mãe, que insistia em ser minha amiga intima. Não. Não confiava nela. Só no Marcelo. Intimamente eu tinha uma admiração enorme por ele. Mais que pelo meu pai! Ele sempre foi tão leal comigo. Meu pai, nem tanto. Me mentiu várias vezes. Me tratava como uma menininha desprovida de inteligência. Acho que ele não me admirava! Quando se separou de minha mãe nem senti sua falta. Nunca mais quis vê-lo. Nem ele a mim! Minha mãe era outra pessoa mal resolvida. Com aqueles namorados imbecis que ela arrumava, só me afastou dela. Ela também não estava nem ai comigo. “Graças a Deus”! Nunca foi a mãe que eu queria. Fui morar sozinha aos vinte e dois anos. Foi bem nessa época que Marcelo foi transferido para o exterior. Era cientista e iria terminar o seu doutorado. Fiquei numa tristeza infinita! Na partida, ele prometeu emocionado que um dia viria me buscar. Chorei mais ainda quando ouvi isso. Lembro do avião subindo. Meu coração se despedaçando em mil pedaços. Naquele momento senti que não era só amizade. Estava apaixonada por Marcelo. Acho que ele nem desconfiava. Sempre me tratou como uma irmã. Isso aconteceu há dois anos. Passei esse tempo todo desviando os meus pensamentos da imagem que guardei dele. Mas, mesmo que eu evitasse pensar, ele vinha através de sonhos, atos falhos… De vez em quando a gente se falava. Ele mandava fotos. Todo lindo e feliz! Nem desconfiava da minha dor. Eu nunca falei nada. Tinha medo de perder o amigo. Na noite anterior daquela manhã em que fui andar nas areias úmidas da praia, eu tinha sonhado com ele. Foram tão fortes as sensações. A sua presença. Seus olhos risonhos e amendoados. Sua voz tão poderosa em mim. Quantas saudades! Quando acordei e me vi diante de minha costumeira solidão acho que deprimi. Até o meu gato me abandonou naquela manhã. O que me deu um certo alento foi olhar para a orquídea lilás, toda florida na mesa de centro de minha sala. Presente de Marcelo, antes de partir. Suas flores energizavam a sala inteira. Era uma forma lilás de estar com ele. Acalmava a minha solidão. Cuidava daquele vaso como se estivesse cuidando de Marcelo. Naquela manhã, foi ela que me impulsionou a sair e caminhar na praia. Naqueles dias, estava muito preocupada porque não tinha notícias de Marcelo há quase um mês. Tentava entender o porque! Na areia úmida, envolvida nesses pensamentos doloridos, caminhava olhando para o chão. Por um momento levantei os olhos para o céu e vislumbrei um arco iris maravilhoso enfeitando o horizonte. Me senti hipnotizada diante daquela beleza. Continuei andando sem olhar para a frente. Com o olhar fixo naquelas cores mágicas. De repente, trombei com alguém. Quase cai na areia. Que susto lindo! Não podia acreditar. Marcelo de propósito trombou comigo. Com seu olhar risonho e energético, rindo e balbuciando palavras de carinho, me envolveu num abraço de explodir o coração. Milhões de arcos iris! Foi o momento mais intenso que pude viver. Milagres existem! Num repente tudo mudou dentro de mim. Ele, como sempre brincalhão, falou que estava com saudades de cuidar de sua “menininha maluca”. Me belisquei com medo de estar sonhando! Será que tenho chances com esse senhor? Ele odiava quando o chamava assim! Gostava de irritá-lo. Ele ficava mais lindo ainda. Um brilho diferente no olhar. Só sei que tenho respirado a alegria de viver! Ontem criei coragem e mandei uma mensagem pra ele: QUER VIAJAR NUM ARCO-IRIS?
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